terça-feira, 15 de maio de 2012

Exageros e exuberâncias (Parte 1)

Penso que a vida é demasiado curta para a desperdiçarmos com prioridades medianas, ou com coisas de média importância que acontecerão a médio prazo e serão de média duração. Alguém é pago pelas entidades reguladores de densidade populacional mundial para que todos os dias actualizem a nossa esperança média de vida, para nos lembrar que o ordenado médio no ocidente é demasiado alto para comer só arroz, mas demasiado baixo para comer só marisco, que o clima ameno é demasiado quente para praticar snowboard, mas demasiado frio para dormir na praia à noite, que viver uma vida inteira evitando atingir qualquer um dos extremos emocionais não te fará mais saudável nem mais feliz no final. Chegamos então à conclusão de que o mundo não é gerido segundo leis e normas baseadas em meridianos, mas sim, em exageros e exuberâncias. Se assim não fosse, não teríamos 90% da riqueza mundial distribuída por apenas 9% da população, não teríamos a humanidade a habitar apenas 1/10 da superfície terreste e não teríamos os nossos destinos socio-económicos entregues a 0,1% dos membros da sociedade. Todas estas discrepâncias e desigualdades numéricas são causadas por um conceito que se foi tornando na nossa nova bíblia, o Capitalismo. O Capitalismo é fácil de entender, mas muito difícil de combater. Ele actua como um iman, em que a força maior atrai a menor até si, como acontece em nas grandes metrópoles das grandes potências mundiais, que extraem tanto a mão-de-obra, como a matéria-prima das zonas mais despovoadas e desfavorecidas, sugando todo o poder operário e material até ao centro do poder económico, o que garante não só a estabilidade e continuidade dos fluxos financeiros, mas mantém também, mais próximos e ilusoriamente satisfeitos os que poderiam começar o que o que eles chamariam de revolução ou terrorismo, a consciencialização. Como disse Churchill, os políticos não estão interessados nas próximas gerações. mas sim, nas próximas eleições, para que continuem a favorecer apenas a classe organizada que retém a riqueza e o poder de decisão sempre do mesmo lado, e sempre para o mesmo fim, perpectuar os seus exageros e exuberâncias, enquanto o resto da civilização é intelectualmente usada e escravizada.
"A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas."
(Karl Marx)

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Limbo

Você que está a ler,
Se a minha pessoa não lhe é conhecida,
Então primeiro tem que saber,
Que sei mais de sonhos que da vida.

E por passar a vida a sonhar,
Eu não vivo como você vive,
Apenas acordo de manhã para lembrar,
Os sonhos que um dia tive.

Eu queria ser cientista,
Agora não, já não me conheço,
Não encontro sequer uma pista,
Para me lembrar do que me esqueço.

É verdade, isto é duro,
Passar a vida a sonhar,
Porque os únicos sonhos que procuro,
São os que não posso realizar.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Zé Ninguém e Maria de alguém

Podes tirar a máscara,
Eu sei bem quem tu és.
Porque ages tu como um rei,
Se ninguém se curva aos teus pés?

É tão arrogante a tua postura,
Tão falsa quanto a tua grandeza,
Tão nula quanto a tua procura,
Tão grande quanto a tua fraqueza.

Os bens são a tua vida,
Mas vida tua não tem nada de bem,
Quem faz luxo na miséria escondida
Consigo amigos não tem.

Triste, a presença desses nazis,
Fazem de ti um judeu e tu não vês isso,
Tudo o que encontraste foi um oasis,
E ele nunca vai passar disso.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Useless junk!

I want to burn all the living things,
Kill all the living species,
Take the whole big fucking world,
Make it infinit little peaces.

I want to break a homeless leg,
And make jokes on a handicapped,
I want to feel the hot bloody breeze,
Laugh on the faces that I slapped.

I want to split the human kind,
Make wars bitween all the races,
Put the pure souls on fire,
Punch all the pretty faces.

Sorry for the anarchy ideas,
I know i'm acting like a punk,
So i'm burning your photos today,
Useless junk!!!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Trunfos na manga

Eu oiço mas não ligo,
Ás vezes comento,
não dou asas a intrigas,
não as começo e não as fomento.

Houve uma altura em que o fiz,
Não foi com má intenção,
A verdade é que contando a verdade,
A verdade perdeu a razão.

Estranho não é?
O desespero ser mais forte que o bom senso,
Disfarçando o cheiro das ganzas,
Acendendo um incenso.

Neste grande quarto de maus cheiros,
Onde flores despertam uma zanga,
eu vou ficando calado,
Mas sempre com um trunfo na manga.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Cúmulo atingínvel

O meu pai adora enaltecer o civismo escandinavo, eu acho que faz muito bem, eles são realmente povos bastante civilizados. O que eu não acho bem, é o facto de ele achar que no mundo inteiro não há países melhores para se viver do que em Cuba ou na China. E vocês pensam...só pode ser comunista! Sim, ele é.
A pergunta agora é, como é que uma pessoa com ideais tão extremistas de esquerda pode adorar o expoente mássimo da democracia? É fácil. No texto "Reflexão e reflexão", que vocês podem encrontar neste mesmo blogue, eu alerto para o facto de que as pessoas não são uma coisa só, e não tentem ser.
Lá porque te consideras conservador não implica que discordes do liberalismo, ou que pelo facto de seres ortodoxo não possas entender e aceitar o catolicismo.
Porque é que toda a gente quer tão desesperadamente associar-se a grupos e massas que manifestam apenas uma intenção, um interesse, um ideal?
Não adianta nós tentarmos estabelecer contacto apenas com uma linha de raciocínio porque não iremos conseguir. Muitas vezes me questiono se os membros dos grupos radicais de direita pensam realmente o que dizem e escrevem. Será possível que que o seu humanismo excessivo para com a sua raça influencie tão negativamente o contacto com as outras? Será que eles pensam o mesmo quando estão sozinhos em casa?
Eu penso que não.
No meu entender, grande parte da evolução intelectual e social do Homem passará pela aceitação destes termos. A aceitação de que por mais que tentemos nós não nascemos para seguir tudo o que nos dizem, não somos influenciados educacional e socialmente apenas pelo meio que nos rodeia, não somos comandados pelo destino nem por uma entidade superior, não fomos feitos a partir de um modelo a seguir, não somos a reflexão de Ulisses nem da Monalisa.
Todos nós somos muito mais do que isso mas ainda não nos apercebemos.
É possível criar a paz e a harmonia com todos.
Nós somos homens e mulheres com capacidade de escolha e não programados para tomar opções padrão.
Penso que todos os pecados capitais, que na linguagem corrente seriam traduzidos em palavras que fazem mais sentido nos dias de hoje, só serão diluídos pelo senso comum quando o Homem conseguir aceitar que nós não temos que lutar para criar uniões que no final só desunificam, grupos que desagrupam. Não pegaremos em pequenas partículas com a finalidade de criar partes, pegaremos nas partes e reconstruíremos o todo.

Segunda aparição

Eu sempre fui aquele puto reacionário que sonhava mudar o mundo.
Queria ser cientista para poder rodar a terra mais rapidamente, para que o inverno durasse apenas 2 semanas, ou menos.
Eu era aquele que construiría a ponte que ligaria a Terra à Lua.
Sonhava poder evoluir as mentes das pessoas e solucionar os problemas sobre os quais ouvia os meus pais falarem, como o preço das fraldas.
Queria ser aquele que pintaria a próxima Monalisa.
Sonhava inventar a máquina que transformaría matéria em luz e que retrocedesse o processo novamente no outro lado do planeta, quem sabe noutro planeta.
Queria ser o primeiro Homem invisível na história.
Sonhava ser o próximo Maradona.
Queria ser o primeiro a oferecer o céu a alguém, um céu a sério.
Sonhava poder ajudar as senhoras que se levantavam as 6 da manhã para apanharem o padeiro a horas mas que devido à falta de capacidades motoras trazida
pela velhice o perdiam todos os dias.
Queria construír casas iguais para todos para que certas pessoas não perdessem tantas horas a falar sobre as dimensões das casas de cada um.
Sonhava um dia mudar o rumo da História.
Queria fazer parte da História.
Sonhava um dia contar esta História.
Agora que já não quero e já não sonho com nada disto, percebo que esse puto não tem tido muita sorte nas suas aventuras em terras interventivas à escala planetária, mas ele realmente mudou algo, ele mudou-me a mim.